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quarta-feira, 8 de maio de 2019

Bruna Lizas: no limiar do desabafo

Na adolescência, uma poesia minha foi publicada na revista Guia Astral.

Lembro minha tia Maria lendo em voz alta e eu, radiante e animada. Além da publicação, ganhei o livro desejado (Morangos Mofados, de Caio Fernando Abreu) .

Décadas se passaram, minha tia não está mais entre nós...
Caso estivesse , poderia ler em voz alta as poesias de sua neta, Bruna Lizas.

Mostrando sensibilidade exacerbada, discorre sobre temas variados, sem compromisso com a métrica, utilizando ou não o recurso da rima.
Bruna Lizas
Deixa sua arte fluir livre, o que talvez configure a característica  de linguagem da poesia moderna.
É autora jovem, fase onde poetas estão no limiar do desabafo mas caminha para uma escrita densa, o que podemos constatar abaixo:



(in) Justiça 
 Aqueles que buscam dar educação
Hoje caminham na ostentação
Esqueceram como é importante crescer 
Largam nossos jovens 
para com o governo aprender
Para serem alienados, jogados e julgados
Minorias sempre tem que ceder
E a que iremos recorrer?
Os pais não saem da frente da TV
As lousas já não chamam tanta atenção
A tela do android tem mais informação

O que falta de amor, tá sobrando de maldade
Será que existe essa tal liberdade?
O que falta pro jovem é amparo e igualdade
Será que existe espaço pro jovem na sociedade?
Olhando ao meu redor, eu pude perceber
Nossos jovens à deriva e os pais, cadê? 

 A Morte 
Tão vã a necessidade da busca de um olhar
Do apreço e aceitação
Incessante necessidade de ter para enfim ser
A fúnebre decadência pela busca de ser visto
Para no fim, sem nada, ir
Sem afago e sem amor
Sem material ou sentimentos
Somente você
A carregar pela eternidade 

a decadência de uma vida
Onde a busca do ter não levou a ser.




                                                                                    
Chuva de Meteoros 
O medo consome, corrói e destroça
Assim como o mundo além da janela
Busco ajuda por socorro, por um simples afago
Corro e me escondo, choro pela minha alma
Procuro uma maneira de sobreviver
Olho para os lados, não me resta mais nada
somente a destruição
Fogo por toda parte, grito sem parar
Chuva de meteoros, fim dos tempos
Corra, se esconda, salve sua alma
Corram, voltem para suas famílias
E observem o fim do mundo.



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