Relembro minha trajetória desde 2006, quando consegui uma editora que publicasse a Katita.
Antes disso(1995), foram anos de contatos infrutíferos e fiquei animada quando a Marca de Fantasia ofereceu um contrato de edição, mesmo sabendo que é uma editora sem fins lucrativos e pontos de venda.
Continuei pagando o desenhista do meu bolso e passei a me desdobrar para divulgar e vender as publicações.
Olhando o passado, me vejo com mochila nas costas e banner nas mãos, participando de tudo quanto é evento ou deixando exemplares aqui e ali.
Também me vejo no balcão da agência dos correios, enviando publicações para jornais, revistas e programas.
Todos receberam, alguns divulgaram mas eu sentia que precisava buscar espaços na "grande mídia".
A Katita completou 19 anos anos de criação e fica a sensação de que muito tempo se passou, muitas sementes foram lançadas e a colheita...bem, a colheita não foi equivalente a dedicação e ao trabalho empenhado.
Cada exemplar vendido foi um estímulo, cada amigo que compareceu em algum evento foi um apoio mas
quase duas décadas se passaram.
O tempo vale ouro e boa parte do meu tempo foi utilizado para a personagem.
Agora, fica a dúvida: para uns, cheguei longe.
Eu tenho a sensação de que deveria ter ido além, muito além.
Um amigo recentemente chutou o balde: me escreveu dizendo que depois de uma longa e cansativa dedicação à arte e cultura, decidiu aproveitar mais o tempo, viajando, passeando e curtindo o que a vida tem a oferecer de bom.
Foi uma surpresa pois ele é o mais abnegado dos ativistas culturais que conheço mas me fez refletir e pensar no meu caso.
Assim é a vida, o que ocorre com o outro de alguma forma nos afeta. Somos peças interligadas na grande engrenagem planetária.
Nenhum comentário:
Postar um comentário