Um dia me deparei com um mundo diferente, novo, desconhecido na
íntegra do que realmente era.
EU, justamente eu, filha de uma nordestina guerreira e um descendente de judeu, criada dentro dos princípios evangélicos, me deparei com o AMOR.
Ninguém mais do que eu sabe o quanto sofri; sofri pois sabia que minha família ia sofrer; sofri porque nada do que fui ,nada do meu caráter, nada do que eu aprendi antes, minhas crenças seriam válidas depois do despertar desse sentimento. A sensação que eu tinha, era que iria me transformar em um bicho e nada dos direitos que antes me eram assegurados eu poderia ter, não seria mais protegida pela constituição e a segurança pública pra mim, seria negada; não teria direito ao livre-arbítrio nem de acreditar que ainda era filha de DEUS só porque eu estava amando alguém. Perante os olhos de alguns homens e mulheres da terra, eu só tinha direito de não ter direitos mesmo cumprindo meus deveres de cidadã.
Me vi trancafiada dentro de uma gaiola invisível construída pelo amor ao próximo, da humanidade que queria me fazer acreditar que eu era doente. Não sabia em quem me refugiar porque a “casa de Deus” fechava as portas para mim; a sociedade pra eu ser aceita, tinha que fingir ser o que não era ou seria vítima de violência; no meu trabalho ninguém podia saber ou corria o risco de ser demitida; na escola, nem pensar! ou seria expulsa pra não “influenciar” os demais, isso, se não fosse vítima de bullying; minha família não me aceitava, me renegava e eu não sabia o que fazer... Foi nesse momento que por diversas vezes pensei em me matar, pensei em tirar minha própria vida porque as pessoas eram incapazes de aceitar, entender e respeitar o amor ao próximo; foi nesse momento que muitas das pessoas que diziam gostar de mim viraram as costas, falaram ate pra eu me tratar, mas EU NÃO ESTAVA DOENTE, EU só AMAVA OUTRA MULHER.
Levantei a cabeça e encarei tudo e todos; mostrei que não importava a genitália da pessoa que se deitava comigo, EU continuaria a mesma; ainda sou feita de carne e osso, assim como você.Quando me corto sinto dor e meu sangue ainda é vermelho; mostrei que meu caráter não mudaria e que EU, filha de HETEROSSEXUAIS, criada por DOUTRINA EVANGÉLICA, SEM transtornos emocionais e psicológicos continuava sendo a mesma pessoa, a mesma menina que aos nove anos de idade cantava no coral da igreja, que nunca foi INFLUENCIADA a gostar de ninguém porque sentimento não se influencia , se sente. Terminei meu ensino médio, vou prestar vestibular e sou funcionária pública, trabalho em uma escola, trato com adolescentes, jovens e adultos.
Ninguém mais do que eu sabe o quanto sofri; sofri pois sabia que minha família ia sofrer; sofri porque nada do que fui ,nada do meu caráter, nada do que eu aprendi antes, minhas crenças seriam válidas depois do despertar desse sentimento. A sensação que eu tinha, era que iria me transformar em um bicho e nada dos direitos que antes me eram assegurados eu poderia ter, não seria mais protegida pela constituição e a segurança pública pra mim, seria negada; não teria direito ao livre-arbítrio nem de acreditar que ainda era filha de DEUS só porque eu estava amando alguém. Perante os olhos de alguns homens e mulheres da terra, eu só tinha direito de não ter direitos mesmo cumprindo meus deveres de cidadã.
Me vi trancafiada dentro de uma gaiola invisível construída pelo amor ao próximo, da humanidade que queria me fazer acreditar que eu era doente. Não sabia em quem me refugiar porque a “casa de Deus” fechava as portas para mim; a sociedade pra eu ser aceita, tinha que fingir ser o que não era ou seria vítima de violência; no meu trabalho ninguém podia saber ou corria o risco de ser demitida; na escola, nem pensar! ou seria expulsa pra não “influenciar” os demais, isso, se não fosse vítima de bullying; minha família não me aceitava, me renegava e eu não sabia o que fazer... Foi nesse momento que por diversas vezes pensei em me matar, pensei em tirar minha própria vida porque as pessoas eram incapazes de aceitar, entender e respeitar o amor ao próximo; foi nesse momento que muitas das pessoas que diziam gostar de mim viraram as costas, falaram ate pra eu me tratar, mas EU NÃO ESTAVA DOENTE, EU só AMAVA OUTRA MULHER.
Levantei a cabeça e encarei tudo e todos; mostrei que não importava a genitália da pessoa que se deitava comigo, EU continuaria a mesma; ainda sou feita de carne e osso, assim como você.Quando me corto sinto dor e meu sangue ainda é vermelho; mostrei que meu caráter não mudaria e que EU, filha de HETEROSSEXUAIS, criada por DOUTRINA EVANGÉLICA, SEM transtornos emocionais e psicológicos continuava sendo a mesma pessoa, a mesma menina que aos nove anos de idade cantava no coral da igreja, que nunca foi INFLUENCIADA a gostar de ninguém porque sentimento não se influencia , se sente. Terminei meu ensino médio, vou prestar vestibular e sou funcionária pública, trabalho em uma escola, trato com adolescentes, jovens e adultos.
A única coisa que mudou em mim, é que hoje sou militante pelos DIREITOS HUMANOS, sou contra TODO tipo de violência, sou A FAVOR DA PLC 122/06 e contra a tantas mães que perdem seus filhos, aos jovens que perdem sua vida porque não existe uma penalidade pra quem comete tais atrocidades; sou a favor do livre-arbítrio e pelo direito de amar.
Hoje EU SOU LESBÍCA assumida e sem medo minha condição sexual e diferente da sua e mesmo assim SOU FILHA DE DEUS.Sou IGUAL A VOCÊ.
Érika Nicácio Benemond
@erika_benemond
5 comentários:
Muita força para todos os guerreiros e guerreiras que não se entregam e lutam por uma existência digna e honesta para si e para todos. O caminho é duro, mas estamos chegando lá.
É isso aí, Erika, viver fora do armário é a melhor coisa! Se a gente se impõe com respeito à sociedade, ela naturalmente responde com respeito também. Há exceções, sem dúvidas, mas há exceções em tudo na vida... Parabéns!
me vejo nas suas palavras...ainda n encontrei a força que preciso para enfrentar minha família...ando querendo me trancar dentro das paredes do meu quarto...mas o amor me motiva, descobri que sou capaz de amar incondicionamente alguém...alguém que nasceu mulher como eu....e n acho que eu esteja desevoluindo, indo contra as leis de Deus como minha mãe pensa...pelo contrário, me tornei alguém melhor, menos preconceituosa...mais sincera comigo mesma...
Cake, quando vc escreveu: "mas o amor me motiva", sintetizou o que realmente vale a pena.
Quem ama não julga nem fere.
O amor é motivação e força.
Seja feliz.
Amar não tem gosto...
Que cara tem o amor?
Amor é gesto? Tem cor?
Ah.... O amor...!
E nos acende a querer viver mais e mais e mais e mais e mais e mais...
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