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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Sem teto, sem dente e com alegria

Ontem, passei no Lago do Paissandu, centro velho de São Paulo.
Quem conhece a região sabe que está deteriorada e que ao redor da igreja, ficam moradores de rua e toda sorte de desvalidos.
Desviei de alguém que dormia ao lado de uma banca de jornais e ouvi um batuque.
Dei mais alguns passos e ví cerca de oito pessoas maltrapilhas, cantando e batucando alegremente.
A música animada, era puxada por uma mulher de seios fartos e flácidos, balançando com os movimentos enérgicos de sua dança e por um rapaz magro, com o pandeiro agitado em suas mãos e com semblante sorridente.
A cena despertava a atenção de quem passava e fiquei pensando:
Eles provavelmente não tem moradia, valendo-se de uma eventual vaga em albergue ou das calçadas sujas, para dormir.
Podem estar com fome e frio nessa manhã nublada mas cantam sorridentes, no ritmo e com a letra correta, não havendo distorções entre as vozes.
Onde encontram alegria para cantar, meu Deus???!!!

3 comentários:

Takeo disse...

Você já respondeu: Em Deus!

anita disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
anita disse...

Verdade.
Agora lembrei do morador de rua que vc deixou circular livremente naquele coquetel.
Políticos, artistas e ele com saco de reciclados na mão, alegre, falando sozinho e com capim seco grudado na roupa.
Se serviu livremente dos petiscos, enquanto alguns olhavam, abismados...
Vc não pediu para os seguranças agirem...deixou que ele tivesse uma tarde agradável...