Henrique Magalhães, através do blog/volante MARMOTA, mostra como foi a Parada ocorrida no último domingo(26/08) e o cafofo reproduz o texto:
A festa pronta, o movimento LGBT, representado em sua organização pelo
MEL – Movimento do Espírito Lilás – e
Grupo Maria Quitéria, ultimava os discursos para dar início à
XI Parada da Diversidade e da Cidadania Homossexual. O “esquenta”, lembra de perto um desses programas carnavalescos, com algumas figuras montadas, quer dizer, fantasiadas no capricho para brilhar na improvisada passarela de asfalto.
Ambulantes, muitos ambulantes com seus carrinhos de cerveja, rivalizavam no espaço com o público da parada.
Apesar da afluência de algumas centenas de pessoas, o que impressiona é o quanto a cidade ignora a realização da Parada.
Malgrado a divulgação sempre limitada, motivada pela sobrecarga de organizadores,e testemunho da mentalidade tacanha de nossa imprensa, um evento como esse deveria reunir milhares de pessoas de todas as inclinações políticas, de todas as idades e classes sociais. Afinal, nada mais saudável, mais justo e desejável que o respeito à diversidade.
No tangente ao público focado, o que se vê é a militância de sempre – sem tirar-lhes o mérito pelo vigor da luta – cercada por apoios eventuais, como candidatos simpatizantes e afins de algumas poucas legendas políticas. A
OAB se faz representar, mostrando o braço jurídico em apoio à reforma das leis que contemplem a inclusão de todos na rede social.
No mais, a Parada reflete a grande omissão da classe média intelectualoide e aburguesada, que aproveita o momento para reforçar as trancas de seus armários.
Quem se faz presente mesmo é o público da periferia, que mais sofre cotidianamente a violência do preconceito, mas que aproveita o momento para viver em público, como um regozijo, seu desejo afetivo/sexual.
A Parada deste ano pecou na disparada dos trios elétricos, que não favoreceu o desenrolar prazeroso do evento. O que se viu foi uma corrida desesperada para chegar a tempo na divisa das praias do Cabo Branco e Tambaú (recuso-me a dizer “ao busto de Tamandaré”). Lá estava programada uma sequência de shows, que não podia atrasar.
Ou seja, os shows de cover da música pop-eletrônica internacional teve mais importância que a Parada, que se resumiu a um estepe do evento musical.
Paraíba, agosto 2012 - n. 29
Editor: Henrique Magalhães
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Blog: namarmota.wordpress.com